As estimativas preliminares (ex-ante) para a alíquota efetiva das tarifas sobre importações nos Estados Unidos variaram significativamente nas semanas que seguiram o comunicado inicial das tarifas recíprocas, em abril, saltando de cerca de 10% para 25% e, posteriormente, retornando para algo em torno de 12%. Agora, diante das novas alíquotas anunciadas pela Casa Branca – que devem valer a partir do dia 1º de agosto – voltamos a ver movimentos semelhantes.
Entretanto, a passagem do tempo trouxe uma vantagem, ao viabilizar a estimação do impacto realizado (ex-post) das medidas. O gráfico desta semana apresenta uma proxy mensal para a alíquota efetiva, construída a partir da arrecadação tributária (coletada pelo Bureau of the Fiscal Service) e do volume de importações (do Bureau of Economic Analysis). Nota-se avanço expressivo, de 2,5% no primeiro trimestre, para 5,9% em abril e 8,2% em maio. Dados preliminares sugerem alta adicional em junho, para cerca de 9,6%.
Embora a métrica esteja sujeita a ruídos — como sazonalidade, mudanças temporárias na composição das importações e limitações na coleta de dados mais tempestivos — seu comportamento histórico apresenta boa aderência com as principais referências para a taxa, como a série disponibilizada pelo Yale Budget Lab (linha turquesa no gráfico).
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