A análise de dados macroeconômicos exige atenção em várias etapas, desde a coleta e tratamento até a interpretação. Nesse processo, é essencial considerar as características específicas de cada série temporal. Um exemplo importante é o comportamento sazonal, que se manifesta em dados como as variações mensais da inflação. No caso do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), esse padrão sazonal reflete fatores como condições climáticas, datas comemorativas, características dos produtos pesquisados e aspectos metodológicos da coleta de preços.
O gráfico desta semana apresenta a diferença média (bem como os valores mínimos, máximos e os percentis 10 e 90) entre as variações mensais do IPCA com e sem ajuste sazonal para cada mês do ano, com base nos dados divulgados pelo IBGE entre 1998 e 2023. Essa comparação oferece uma medida do ajuste sazonal aplicado às séries. Nota-se que o padrão sazonal é caracterizado por altas mais acentuadas no início e no final de cada ano, enquanto os meses intermediários registram variações mais moderadas.
A magnitude desses ajustes sazonais tem variado ao longo do tempo, embora sua direção tenha permanecido relativamente estável. Como detalhado no boxe “Evolução da sazonalidade do IPCA”, publicado no Relatório de Inflação de setembro de 2018 pelo Banco Central, o padrão sazonal mostrou sinais de moderação entre 2000 e 2008, seguido por um período de aceleração entre 2008 e 2013, que culminou no comportamento observado atualmente. Essas mudanças são atribuídas principalmente à evolução na composição do índice geral e à alteração da sazonalidade de alguns de seus componentes.
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