Uma das abordagens mais utilizadas para explicar a formação do preço das ações é o modelo de fluxo de caixa descontado (Discounted Cash Flow – DCF).
Segundo ele, o valor de um ativo corresponde à soma dos fluxos de caixa futuros, trazidos a valor presente por meio de uma taxa de desconto. Dentro dessa lógica, variações no preço podem ser decompostas em dois componentes: mudanças nas expectativas de lucros e variações nos múltiplos de avaliação.
De modo geral, a valorização de um ativo tende a ser mais sustentável quando impulsionada por melhora nos fundamentos, que devem se refletir em revisões positivas no lucro esperado.
Já as altas baseadas principalmente na expansão de múltiplos (investidores dispostos a pagar mais por cada unidade de lucro projetado) costumam ser mais voláteis, pois dependem de fatores menos estáveis, como mudanças nas percepções de risco, expectativas de crescimento ou taxas de desconto.
O gráfico dessa semana ilustra essa decomposição para o caso das Magnificent 7 (Apple, Microsoft, Amazon, Alphabet, Meta, Nvidia e Tesla) em janelas móveis de 12 meses. Nota-se que na janela mais recente, a alta expressiva de preços (acima de 30%) foi explicada integralmente pela elevação das projeções de lucro por ação (Earnings per Share – EPS), apesar de uma pequena compressão no múltiplo preço/lucro (Price-to-Earnings – P/E).
Isso sugere que, apesar da performance, o índice não ficou necessariamente “mais caro” nessa janela – desde que, é claro, as projeções de lucros se confirmem.
View of the Week é uma série semanal da Turim que, a partir de um gráfico, apresenta análises e reflexões sobre diversos tópicos relacionados à gestão de patrimônio, mercados, economia, história e tendências.